sábado, 12 de novembro de 2016

Um textozinho carniça "do contra" ou "Compre uma fralda geriátrica para os livros de Bauman!!!"

“Vivemos um tempo de secreta angústia: o amor é mais falado que vivido”
Texto de Luciana Chardelli para a revista PAZES

“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. Zygmunt Bauman

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
Minha réplica:
Primeiramente, gosto muito de Bauman.
Bauman é um bom analista social, enxerga as coisas com clareza, mas não propõe saídas, até porque não quer ser visto como um Messias acadêmico ou cibernético, porque, contradição das contradições, se tornaria um astro dentro do veículo que execra. Ele quer ser o antiastro (porém, conta com o apoio de sua audiência para a aquisição de sua trilogia líquida na saída do auditório).
Analisa a sociedade através do Facebook. É válido, mas é pouco. O ser humano vai além da internet, e se a internet "destruiu" ou aleijou as relações humanas, é porque essas foram erguidas sob alicerces de barro. Quem poderá afirmar que o estado natural social seja o estado da coletização em todos os aspectos sociais e individuais? Não seremos todos nós "revolucionários individualistas" abafados sob quilos de maquiagem, uma certa licenciosidade sexual e um crucifixo como volante no carro desgovernado de nossas vidas?
O que Bauman talvez não compreenda é que as relações humanas são mutáveis através do tempo histórico. Aquilo que foi já não é mais e cabe ao grande sociólogo não apenas descrever a cena, mas trazer à discussão um possível quadro das coisas como serão. Um exercício de futurologia, já que descrever um estado das coisas que qualquer um sente pela via empírica é muito fácil, Comrad Bauman.
Que nos tornamos outros isso é óbvio e talvez o grande pensador a ser revelado talvez seja o Colombo do ovo em pé: o cara que vai dizer que aquele velho mundo era uma farsa e agora embarcamos em outra farsa até chegar a próxima farsa, que, basicamente, é a nossa vida em sociedade, uma farsa burlesca que pune quem sabe dançar como um urso bêbado.

O milionário e as abelhas.

Nada contra publicações sugeridas, afinal de contas todos nós precisamos ganhar a vida de alguma maneira honesta, mas de cada 10 notificações sugeridas que me são enviadas (livros, lojas, etc...), todas giram basicamente em cima de palavras-chaves e conceitos que absolutamente não tenho interesse algum.
A maioria fala sobre como ficar milionário ou rico vendendo tal coisa, divulgando tal não sei o quê, adquirindo aquele livro e blá blá blá.
Tudo tão previsível...
As pessoas e os grupos que anunciam acreditam seriamente que TODAS as pessoas do planeta querem ser ricas ou milionárias.
Eu, graças a Deus, estou cagando para ser rico ou milionário, porque a minha viagem é outra. Prefiro o cheiro do húmus.
Eu necessito do dinheiro assim como você necessita: casa, comida, carro, estudo, etc..., mas para por aí. Entrar na paranoia capitalista de que ser um "vencedor" é ter dinheiro, então eu sou um "perdedor" convicto, aliás, eu sempre fui um "perdedor" convicto. Quem me conhece de décadas sabe disso e eu vejo que existem infinitas vantagens em ser um "perdedor".
O que me aborrece é que nessas divulgações que recebemos sem pedir através do FACEBOOK, que, este sim, recebe dinheiro para divulgar os projetos das pessoas, não me chega às mãos nada que realmente tenha importância na minha vida.
Queria receber um e-book sobre como criar abelhas, como amolar uma boa enxada, como reconhecer as ervas medicinais no meio de um campo e por aí vai, mas não, só me mandam chaves secretas para fortunas ao alcance da minha mão.
Que mundo chato esse em que vivemos, hein?
Um mundo onde religião só pede dinheiro, escolas só criminalizam os alunos, política se traveste enganosamente de justiça e a Justiça se traveste de heroína.
Mundo falso, cheio de falsos profetas e que não sabem sequer como extrair o mel das abelhas.
Ontem recebi a visita da minha sobrinha-neta, a doce princesinha Maria Luisa, e fiquei pensando: Que raio de mundo ela está recebendo  para viver sua existência?
Querida sobrinha, não sei quanto aos outros, mas eu estou fazendo um esforço dos diabos para que você cresça no meio de cabras e carneiros, tire leite das vacas, faça manteiga e queijo, aprenda a fazer feno, compostagem, sidra, cerveja artesanal, que saiba fazer uma horta, conservas deliciosas, geleias e por fim, saiba extrair o doce mel das abelhas.
Que sua existência seja doce, meu anjinho.

ALDO LEOPOLD, um homem silencioso...

Aldo Leopold foi um grande inspirador do movimento conservacionista, tendo contribuído de maneira significativa para as definições éticas e técnicas que o caracterizam. Muitas de suas frases e pensamentos tornaram-se referências na área e vêm sendo frequentemente citados:
"A Conservação está chegando a lugar nenhum porque é incompatível com nosso conceito abraâmico de terra. Nós abusamos das terras porque as vemos como objetos que nos pertencem. Quando virmos as terras como uma comunidade à qual pertencemos, talvez comecemos a usa-las com amor e respeito" ― Aldo Leopold, A Sand County Almanac.[3]
"A última palavra em ignorância é o homem que diz de um animal ou planta "o que há de bom nisso?". Se o mecanismo de funcionamento das terras é bom em seu conjunto, então cada uma de suas partes é boa, independentemente se o compreendemos ou não. Se a biota, ao longo das eras, construiu algo de que gostamos mas não compreendemos, então quem senão um tolo descartaria partes aparentemente inúteis? Conservar cada engrenagem e roda é a primeira precaução do mecânico inteligente" ― Aldo Leopold, Round River: From the Journals of Aldo Leopold.[4]
"Estou feliz que não terei que ser jovem em um futuro sem natureza selvagem" ― Aldo Leopold.
"Existem dois perigos espirituais em não se ter uma fazenda. Um é o perigo de se supor que o café da manhã vem da padaria, e o outro é achar que o aquecimento surge do aquecedor" ― Aldo Leopold.

Para conhecer um pouco mais sobre esse cara fantástico:
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Aldo_Leopold

CAPAS INCRÍVEIS DO ROCK

Dentro de uma concepção de arte moderna fica impossível não enxergar que algumas capas de discos de Rock se igualam às mais belas obras da pintura digamos clássica, aquela que se expõe nos museus do mundo afora.
Muitas capas são absolutamente clássicas (YES, Pink Floyd, Led Zeppelin, etc...) e seria chover no molhado trazê-las aqui.
Vou garimpar algumas obras de arte obscuras das várias bandas obscuras que passaram por aí.
A primeira capa que vou destacar é a da banda inglesa PINK FAIRIES, um bando de malucos ingleses adoráveis.
Never Neverland foi o primeiro lançamento da banda, em 1971.
Os artistas são Pennie Smith e Tony Vesely.
Muitas outras serão postadas ao longo dos dias.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016